13.6.05

Lembranças

Qual a sua lembrança mais antiga, seja ela boa ou ruim? E a mais recente? É interessante como lembramos de acontecimentos às vezes considerados banais ou irrelevantes pela maioria e, ao mesmo tempo, esquecemos de outros de bem maior importância, não é mesmo? Somos capazes de lembrar do primeiro beijo quando já esquecemos do mais recente. Incrível! No entanto, insistimos em dizer que não somos museu para vivermos de passado, será? Podemos até não viver do passado mas que ele tem grande influência no que somos hoje, isso ninguém tem dúvidas.
Sempre que lembro de minha viagem aos Estados Unidos, por exemplo, lembro de coisas tão simples que me marcam até hoje, tais como: o dia em que, sozinho na cidade de Nova Iorque - imagine só - peguei chuva no caminho de volta para o hotel, como se nunca houvesse visto chuva ou morasse no local mais árido do sertão nordestino; ou então de ter visto vários esquilos num parque da mesma cidade. Como diz minha avó: 
"Pode, Freud?"
OK, chega de ler as minhas lembranças sem explicação e vamos abrir o seu baú, mas não para vasculhar, tirar o que já está guardado lá, e começar a espirrar de tanto mofo e poeira criados ao longo de todos esses anos. Vamos ver o que está prestes a ser jogado lá dentro. Por isso responda, "O que você acha que da sua vida atual vai ser guardado no seu baú das memórias que só tem relevância quando você dá um contexto?" Será que um guardanapo escrito ou um cadarço vai estar na sua lista? Lembre-se que lembranças são, acima de tudo, lições de vida que estão armazenadas no nosso banco de dados pessoal, que vez ou outra falha - é verdade -, mas que nos ajuda a recordar bons e maus momentos, assim como nos deixa na mão e nos faz passar aquela vergonha e pagar um mico sem tamanho.

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